sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Brasil teve 70% mais queimadas em 2014 que no ano anterior, indica Inpe

No acumulado do ano, Mato Grosso é o estado com mais focos de incêndio.
Foram registrados 140.907 pontos de queimadas até quinta (16).


 

Júlio Adans Marchiori Filho, de 64 anos, e seu filho, Ricardo, de 44 anos, tentam conter o fogo que chegou ao seu terreno na cidade de Secretário, na região serrana do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)Júlio Adans Marchiori Filho, de 64 anos, e seu filho, Ricardo, de 44 anos, tentam conter o fogo que chegou ao seu terreno na cidade de Secretário, na região serrana do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo)
A quantidade de queimadas no Brasil entre 1º de janeiro e 16 de outubro deste ano aumentou 70% em relação ao mesmo período de 2013, de acordo com o site do sistema de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe. Na comparação entre 1º a 16 de outubro de 2014 e 2013, a elevação de focos de incêndio no país aumentou 105%.
No acumulado do ano, foram 140.907 pontos de queimada até esta quinta-feira (16), contra 82.426 do ano passado. Mato Grosso foi a unidade federativa com mais focos, com 25.374 registrados, número 62% superior ao montante detectado no ano passado. O Pará vem em seguida, com 19.863 (+127%), seguido do Maranhão, que teve até agora 16.962 pontos de calor captados pelos satélites do Inpe.

Na somatória dos últimos 16 dias ocorreram 25.466 incêndios. Mato Grosso também aparece como o maior responsável pelas queimadas do país, com 4.115 focos (+211%) em relação ao mesmo período de 2013. Maranhão é o segundo da lista, com 3.608 pontos (116%). Minas Gerais vem logo depois, com 3.553 queimadas, alta de 435% em relação ao ano passado.
De acordo com o sistema do Inpe, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2013 foram registrados 115.220 focos de incêndio no Brasil. Um ano antes, 2012, no mesmo período foram detectadas 193.838 queimadas no país.
Bombeiros vão retomar tentativa de controle do incêndio na Serra da Cantareira - GNews (Foto: Reprodução/GloboNews)Bombeiros durante tentativa de apagar incêndio na
Serra da Cantareira (Foto: Reprodução/GloboNews)
Situação crítica no Rio
No Rio de Janeiro, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Região Serrana do estado, o fogo já destruiu 6 km² de vegetação dentro e fora do parque. As cidades que ficam dentro dos limites da área de preservação - Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis – já receberam reforço nas equipes de Corpo de Bombeiros. São 200 bombeiros por dia, 20 carros e quatro aeronaves de plantão. Um gabinete para gerenciamento de crises foi criado pela corporação.
Em São Paulo, um incêndio atingiu a Serra da Cantareira e devastou uma área de 0,3 km², segundo levantamento do Corpo de Bombeiros. A suspeita é de que as chamas tenham começado após um balão cair na região. O fogo só foi controlado na terça-feira (14).
Em Minas Gerais, o fogo destruiu cerca de 25 km² da serra de Carrancas durante cinco dias e foi controlado apenas nesta sexta-feira (17). Duas pessoas morreram enquanto tentavam combater o incêndio e caíram em um buraco de cinco metros de profundidade.
Fogo é provocado pelo homem
Os satélites do Inpe conseguem diagnosticar todos os focos de incêndio que tenham pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura.

Quase todas as queimadas hoje são causadas pelo homem, seja de forma proposital ou acidental. As razões variam desde limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos e colheita manual de cana-de-açúcar até balões de São João, disputas por terras e protestos sociais.

Segundo o Inpe, as queimadas destroem a fauna e a flora nativas, causam empobrecimento do solo e reduzem a penetração de água no subsolo, além de gerar poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à aviação.
Denúncias de incêndios criminosos podem ser feitas ao Corpo de Bombeiros, às prefeituras, às secretarias estaduais do Meio Ambiente e ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

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